sábado, 1 de fevereiro de 2014

margaridas na lagoa

Muito frio lá fora. Vento, chuva, graus negativos. Dentro, luz apagada e um aperto no peito... Lágrimas engasgadas, engolidas, trituradas, mas presas. Não saíam pelos olhos, mas maculavam a alma e doíam o coração...
De tanta dor e saudade, adormeci. 


Os fios de sol da manhã inundaram o quarto. Novo dia, novo ano: para quem é chinês, era dia de ano. Ano do cavalo... Resolvi, então, pensar assim: hoje é ano novo, hoje é vida nova. O passado fica no passado.
Saí por aí... Enganando-me com sorrisos falsos. A dor não havia mudado. Voltou. Droga.

Fui para a lagoa: me acalma.
Deitei no verde que a rodeia, e vi, bem pertinho do chão, margaridas. Inúmeras margaridas pequenininhas, imperceptíveis aos olhos de quem passava por ali com pressa, invisíveis aos olhos de quem não deitava no chão e olhava de perto.
Mudou meu dia.
A vida é assim: tenho que olhar com calma e de perto para achar as margaridas. Elas estão lá, sempre estiveram, mas cabe a mim, e apenas a mim, enxergá-las.
Sorri, enfim.

A velhinha no ponto de ônibus sorriu para mim. Assim, sem motivo. Sorri de volta.
Voltei a sorrir para a vida.
E saí por aí caçando margaridas...

Nenhum comentário:

Postar um comentário