quinta-feira, 6 de novembro de 2014

bandeira branca

Sabe... Eu não ambiciono que voltemos a ficar juntos. Você foi embora, aos pouquinhos, pisando em ovos, mas foi. Eu não vou lhe pedir para ficar - aliás, eu não vou lhe pedir para voltar. Eu nunca fui de pedir. Escrevo-lhe hoje por saudades do amigo que tive, por saudades das nossas conversas diárias, por saudades de quando eu podia lhe contar sobre meus sonhos infantis.

Sabe, desde que você se foi, eu chorei no meio de uma festa. Eu chorei no colo da minha mãe e ao telefone com amigas. Mas senti o vento no rosto, queimei-me de sol, tomei chuva, olhei o céu, todos os dias e, todos os dias, agradeci a Deus pela beleza da vida. Estou superando meu medo de dirigir! Assisti a "Forrest Gump" pela segunda vez (sim, também estou superando meu medo de filmes repetidos). Comprei livros, comecei e não terminei. Não fiz minha sobrancelha. Fiz muito pilates e, algumas vezes, fiz tantas aulas na academia quanto era possível, só para não precisar voltar para casa e sentir o vazio... Vou ter que mudar o nome do meu cachorro! Apaguei seu número da minha agenda. Acrescentei-o novamente, mas sob o nome "X".
Comi todo o molho de macarrão que você deixou na minha geladeira. Descobri várias músicas que contam nossa história. Senti raiva, tristeza, rancor, vontade de fazer as pazes. Escrevo-lhe em missão de paz... Não vou gritar! Não vou chorar. Não vou dizer tudo aquilo que queria dizer na conversa final que não tivemos.

Não tive pesadelos, como era de se esperar. Não sonhei com você. Meus sonhos são coloridos, não suportariam algo tão cinza quanto o que restou de nós.

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